segunda-feira, 5 de agosto de 2024

CONVERSANDO SOBRE O AUTISMO - Mitos e Verdades sobre o autismo


Existem diversos mitos com relação ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e embora seja um assunto que tem-se ouvido de modo mais frequente nos últimos anos, ainda é propagado e entendido de forma errônea. 

“Apesar dos avanços científicos na compreensão do autismo e das atualizações em documentos que trazem a sintomatologia do Transtorno do Espectro Autista (TEA), como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM-V), da American Psychiatric Association – APA (2014) e a Classificação Internacional de Transtornos Mentais e de Comportamento 11 (CID-11), da World Health Organization (2018), ainda há grande falta de entendimento sobre o que é autismo e quais são características específicas do modo de ser e de viver de pessoas com TEA”.

O TEA é um transtorno do Neurodesenvolvimento que é caracterizado pelas dificuldades que o indivíduo tem na interação social, na comunicação e pelo padrão restrito e repetitivo de comportamentos. A classificação desse transtorno sofreu várias alterações durante os anos gerando grande confusão. Por isso vamos citar alguns mitos propagados e explicar as verdades por trás dos mesmos.

Mito 1- A frieza e a falta de amor da mãe causa o autismo

Esse mito permanece até os dias de hoje e teve início com o psiquiatra Leo Kanner, em 1940, que criou o conceito das “mães geladeiras”. O mesmo afirmou que as crianças vivam em seu “mundo particular”, sem interação com as outras, devido à postura fria que suas mães possuíam. No entanto, posteriormente, o cientista fez publicamente uma autocrítica, compreendendo que essas mães, possivelmente, se relacionavam com maior distanciamento de seus filhos porque estes não conseguiam corresponder efetivamente a elas.

Mito 2- Todo autista é igual

Como citado anteriormente, a classificação do TEA gerou muita confusão com relação às nomenclaturas e até mesmo com relação ao próprio diagnóstico. Por isso é importante entender, de modo breve, a história.

Em 1952, o Manual diagnóstico estatístico de saúde mental (DSM) apresentava o autismo como sendo sintoma da esquizofrenia. Já 1980, com o DSM 3, houve a separação desses transtornos, ou seja crianças que falavam sozinhas não eram vistas como aquelas que tinham alucinações, mas sim aquelas que possuíam ecolalia (repetição daquilo que a própria criança diz ou daquilo que falam).

Posteriormente, com o DSM 4, o autismo era definido pela tríade de dificuldades na socialização, comunicação e interesses restritos e estereotipado e poderia ser classificado como Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Síndrome de Asperger, entre outras várias possibilidades.

Em 2013, com o DSM 5, a versão mais atual do DSM, essas várias possibilidades de classificação diagnóstica foram eliminadas, passando a possuir uma única termologia: Transtorno do Espectro Autista, dividido em nível I (necessita de apoio), nível II (necessita de apoio substancial) e nível III (necessita de apoio muito substancial).

Com isso, a eliminação das classificações não faz com que as pessoas com o transtorno do Espectro Autista sejam todas iguais, o diagnóstico deve ser realizado por um profissional qualificado, especializado na área, para identificar o transtorno e sobretudo os níveis de apoio, para que o tratamento seja feito de forma individualizada, Vale ressaltar que cada sujeito é único e generalizar o tratamento não contribui para o seu real desenvolvimento.

Mito 3- As classificações do autismo se dividem em: Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento e Síndrome de Asperger

Mesmo já tendo sido explicado acima, é importante enfatizar essa questão da nomenclatura, porque muitas pessoas e profissionais ainda utilizam as nomenclaturas antigas. Atualmente o termo utilizado é “Transtorno do Espectro Autista”, pelo DSM 5 e pelo CID 11(código internacional de doenças), “Transtorno do Espectro do Autismo”.

Diante disso, a Síndrome de Asperger, termo comumente utilizado,não é mais um diagnóstico possível, porque todas as pessoas que têm dificuldades de interação social e comunicação ou interesses restritos e estereotipados são classificadas como pessoas com TEA.

A mudança da classificação se justifica, porque nos Estados Unidos o tratamento é financiado pelo governo, e todos os detalhes são elementos usados para não disponibilizar o tratamento de forma gratuita ou a inclusão do sujeito em um plano de saúde. Diante disso, o diagnóstico de Síndrome de Asperger não cobria os mesmos direitos contidos no diagnóstico de autismo.

Mito 4 – Drogas e Vacinas causam o autismo

Assim como o mito das “mães geladeiras”, é errado pensar que as causas do autismo se dão devido ao uso de drogas e vacinas. O uso da primeira sem dúvida tem seus efeitos, porém não tem nenhuma relação com o transtorno citado, já o uso da segunda também em nada se relaciona. Foi comprovado que as causas são hereditárias, unicamente genéticas, e o que encontram-se são fatores de risco como: Prematuridade, idade avançada da mãe, diabetes gestacional etc.

Mito 5- Como o autismo não tem cura, não tem nada que se possa fazer

Muitos acreditam que pelo o autismo ser um transtorno e não possuir “cura” nada deve ser feito. Pelo contrário o tratamento do TEA é de extrema importância para o desenvolvimento do indivíduo. Todos possuem suas potencialidades, sobretudo pessoas com o Transtorno do Espectro autista. É fundamental que os familiares procurem profissionais capacitados para a realização desse processo e não negligenciem o crescimento dos mesmos.

No Brasil, existem profissionais e empresas qualificadas para o auxílio de pessoas com TEA e a ODAPP, é um exemplo. A empresa conta com uma gestão completa de terapias em crianças com autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento através de um software web e um aplicativo para coleta de dados.

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