quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Homem joga água quente em mulher que estava com filho no colo, é detido e liberado após pagar fiança em PE


Delegacia de Buenos Aires, na Zona da Mata de Pernambuco — Foto: Reprodução/Google Street View

Uma mulher ficou ferida após seu companheiro jogar água quente enquanto ela estava com um dos filhos do casal nos braços. O caso aconteceu em Buenos Aires, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Nesta terça (9), a Polícia Civil informou que o homem foi detido, mas pagou fiança e vai responder em liberdade.

De acordo com a corporação, José Paulo Brasilino Constantina, de 24 anos, foi autuado por lesão corporal por violência doméstica. A vítima, Sivone Mendes da Silva, de 25 anos, teve lesões no braço direito e queimadura de primeiro grau no braço esquerdo. A criança não sofreu ferimentos.

Segundo a delegacia da cidade, distante 80 quilômetros do Recife, a briga ocorreu na residência do casal, na Rua Projetada, no Loteamento Iracema, no domingo (7).

Ainda de acordo com a delegacia, o homem premeditou o crime e colocou a panela no fogo, enquanto esperava a mulher. O suspeito de agressão deu um soco na vítima e atirou a água quente.

A delegacia informou também que a vítima contou aos policiais que o companheiro não estava ajudando nas despesas da família e dos dois filhos. Por isso, ela pretendia se separar.

Levada para uma unidade de saúde, ela recebeu os primeiros socorros. Depois, se dirigiu até a delegacia da cidade para prestar queixa. Uma equipe da polícia foi até a residência do casal e efetuou a prisão em flagrante, sem que o suspeito tentasse reagir.

Parentes do suspeito estiveram na delegacia e pagaram a fiança de R$ 954, permitindo que ele fosse liberado. A polícia informou que o homem foi advertido sobre proibição de se aproximar da vítima.

A medida protetiva foi solicitada pela polícia. A mulher foi levada para a casa de parentes com os filhos e o homem está sendo monitorado.

Hospital da Restauração, na área central do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

Outros casos

Na noite de 30 de setembro, um homem ateou fogo ao corpo da companheira, em uma briga ocorrida na residência do casal, no bairro do Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife. Carmem de Almeida, de 49 anos, teve queimaduiras graves e foi levada para o Hospital da Restauração (HR), na capital.

Quatro dias depois, o autor do crime, Sidraque Barboa da Silva, 40 anos, deu entrada na mesma unidade com queimaduras. Ele é suspeito de tentativa de feminicídio.

No dia 27 de setembro, um policial militar reformado entrou em um salão de beleza no bairro de Parnamirim, na Zona Norte do Recife e atirou na ex-companheira. Na quarta-feira (3), ele prestou depoimento e foi liberado. A mulher teve alta do hospital.

Em 29 de agosto, um homem de 22 anos foi preso em flagrante no Recife, depois de tentar matar uma adolescente de 15 anos, grávida de sete meses, a golpes de barrote com pregos.

De acordo com a Polícia Militar, o agressor deixou a residência do casal depois de cometer o crime, no bairro de Areias, na Zona Oeste da cidade, mas foi capturado ao voltar para casa.

Dados

Em 2017, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco contabilizou 33.344 casos de violência doméstica e familiar contra mulheres. Além disso, no estado, foram registrados 2.178 casos de estupro. Isso significa que, em média, 91 mulheres foram agredidas e 5,96 pessoas foram estupradas por dia no estado, no ano passado.

Ainda de acordo com a SDS, as brigas familiares ou com motivação afetiva, sem considerar os casos de feminicídio, provocaram 4,88% dos crimes registrados este ano. Já os casos em que as mulheres são mortas por causa do gênero tiveram relação com 2,4% das mortes, com 7 casos em agosto deste ano contra 9 no mesmo mês de 2017.

Feminicídio

Este ano, em Pernambuco, foi lançado um protocolo que estabelece diretrizes a serem adotadas para o cumprimento da lei que institui o termo “feminicídio” nos boletins de ocorrência de assassinatos motivados por gênero.

O documento serve para orientar o trabalho das instâncias de segurança e de Justiça em casos de assassinatos de mulheres — que podem vir a ser feminicídios — e na fiscalização desses órgãos nas investigações.

FONTE: G1 PE.

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