Um dos programas mais antigos e populares do Sistema Único de Saúde (SUS) foi duramente atingido por um esquema criminoso que levou à exclusão de 8.138 farmácias. A informação foi divulgada nesta terça-feira (22) por Rafael Bruxelas Parra, diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS, em entrevista.
A fraude, que envolvia farmácias reais e de fachada, utilizava indevidamente cerca de 160 mil CPFs e endereços de pessoas inocentes. Criminosos compravam e vendiam CNPJs por meio de laranjas e se apropriavam de recursos públicos do programa Farmácia Popular.
O esquema foi descoberto a partir de investigações relacionadas ao tráfico de drogas em Luziânia (GO) e, posteriormente, se espalhou por estados como Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo desviou aproximadamente R$ 40 milhões, utilizando o dinheiro para lavagem de capitais e financiamento da compra de cocaína no Peru e na Bolívia. No total, foram identificadas 148 farmácias envolvidas diretamente nas operações fraudulentas.
Apesar da gravidade do caso, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, garantiu que o funcionamento do Farmácia Popular não será interrompido. Segundo ele, o programa, que já soma mais de duas décadas, continua atendendo milhões de brasileiros e passará por reforços nos mecanismos de controle. “É um programa de muito sucesso, mas que precisa de constante aprimoramento e vigilância”, afirmou.
As investigações seguem em andamento e novas medidas estão sendo tomadas para evitar que irregularidades semelhantes voltem a comprometer a credibilidade e a efetividade do programa.
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