Foi preso na manhã desta quarta-feira (5), no Recife, o empresário apontado como responsável por coordenar um esquema de desvios milionários de emendas parlamentares no município de Ipojuca, Região Metropolitana da capital. A captura ocorreu após o investigado se apresentar espontaneamente à Central de Flagrantes, na Zona Norte da cidade, acompanhado de advogados.
A prisão faz parte da Operação Alvitre, deflagrada no dia 2 de outubro pela Polícia Civil de Pernambuco. A investigação apura fraudes em contratos de cursos de capacitação financiados por emendas parlamentares, com planos de trabalho inconsistentes e orçamentos inflados. O esquema envolvia o repasse de verbas públicas a entidades de fachada, como o Instituto de Gestão de Políticas do Nordeste (IGPN) e o Instituto Nacional de Ensino, Sociedade e Pesquisa (Inesp).
Segundo o inquérito, o instituto IGPN, principal beneficiário das emendas de Ipojuca, recebeu mais de R$ 6 milhões em menos de um ano. Os recursos eram posteriormente transferidos para empresas e instituições ligadas aos investigados, como a Faculdade Novo Horizonte, onde o empresário preso exercia função de gestor.
Além dele, três mulheres já haviam sido presas, incluindo duas advogadas ligadas ao IGPN e uma colaboradora que teria auxiliado na elaboração das propostas fraudulentas. Três homens seguem foragidos, entre eles o presidente e o diretor financeiro do IGPN, e um dos principais articuladores do esquema, apontado como criador do instituto e responsável por recrutar funcionários para atuarem como “laranjas”.
A Polícia Civil continua as investigações para identificar outros envolvidos e recuperar os valores desviados. A operação evidencia o uso indevido de recursos públicos destinados a projetos sociais e educacionais, que acabaram sendo desviados por meio de contratos fictícios e estruturas fraudulentas.
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