sábado, 17 de agosto de 2024

BRASIL - PF PRENDE NESTE SÁBADO (17) EX-DIRETOR DA PETROBRAS RENATO DUQUE


Na manhã deste sábado, 17 de agosto, a Polícia Federal prendeu Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, em Volta Redonda, no Sul do Rio de Janeiro. Duque, de 69 anos, estava foragido desde a expedição de seu mandado de prisão pela Justiça Federal de Curitiba em 18 de julho, sendo encontrado em sua residência após um trabalho de inteligência do Núcleo de Capturas da PF. Condenado a 39 anos de prisão, Duque é uma das figuras centrais da Operação Lava Jato, que desvendou um vasto esquema de corrupção na Petrobras.

A Captura de Renato Duque

Renato Duque, que já havia sido procurado em Curitiba e que possuía endereço informado no Rio de Janeiro, foi finalmente localizado no bairro Niterói, em Volta Redonda. A prisão ocorreu após a Polícia Federal reunir informações estratégicas que permitiram sua captura. Desde a expedição do mandado de prisão, ele estava desaparecido, o que elevou a tensão em torno de sua recaptura.

A operação, que resultou na prisão de Duque, é mais um desdobramento das ações da Operação Lava Jato, que segue como um marco no combate à corrupção no Brasil. Após ser preso, Duque foi encaminhado ao sistema prisional do estado do Rio de Janeiro, onde ficará à disposição da Justiça.

Histórico de Condenações de Renato Duque

Renato Duque foi condenado em pelo menos 12 processos diferentes, todos relacionados a crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A primeira condenação de Duque ocorreu em 2015, no contexto da 10ª fase da Lava Jato, onde ele foi sentenciado a 20 anos e 8 meses de prisão por associação criminosa. Esse foi apenas o início de uma série de condenações que se seguiram em rápida sucessão.

No mesmo ano, Duque recebeu uma nova pena de 20 anos, 3 meses e 10 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, decorrente da 14ª fase da Lava Jato. O então juiz Sergio Moro, responsável pelo caso na época, destacou que houve pagamento de propinas a funcionários da Petrobras, com esses recursos sendo direcionados para o financiamento político.

Detalhamento das Condenações

As condenações de Renato Duque ao longo dos anos incluem:Setembro de 2015: 20 anos e 8 meses por corrupção e lavagem de dinheiro.
Março de 2016: 20 anos, 3 meses e 10 dias por corrupção e lavagem de dinheiro.
Maio de 2016: 10 anos por corrupção.
Março de 2017: 6 anos e 8 meses por corrupção.
Junho de 2017: 5 anos e 4 meses por corrupção.
Agosto de 2017: 10 anos por corrupção.
Maio de 2018: 2 anos e 8 meses por corrupção.
Novembro de 2018: 3 anos e 4 meses por corrupção.
Fevereiro de 2020: 6 anos, 6 meses e 10 dias por corrupção e lavagem de dinheiro.
Julho de 2020: 3 anos e 11 meses por corrupção.
Fevereiro de 2021: 3 anos, 7 meses e 22 dias por lavagem de dinheiro.
Abril de 2021: 3 anos, 6 meses e 23 dias por lavagem de dinheiro.

Essas sentenças resultaram em um total de 39 anos de prisão, consolidando Renato Duque como um dos principais condenados da Operação Lava Jato.

Operação Lava Jato e o Papel de Renato Duque

Renato Duque desempenhou um papel central na operação Lava Jato, sendo identificado como um dos principais executores do esquema de corrupção dentro da Petrobras. Durante sua gestão na Diretoria de Serviços da estatal, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que ele facilitou o desvio de recursos públicos em contratos envolvendo refinarias, gasodutos, sondas e outras obras.

As investigações revelaram que Duque, junto com outros diretores da Petrobras, solicitava propinas de empresas para garantir contratos vantajosos, utilizando esses valores para enriquecimento pessoal e financiamento de partidos políticos. Esse esquema envolvia diversas empresas do setor de construção e engenharia, gerando um ciclo de corrupção que movimentou bilhões de reais.

Liberdade Condicional e Prisão

Em março de 2020, após cinco anos de prisão, Duque foi autorizado a deixar a prisão para cumprir o restante de suas penas em liberdade condicional, usando uma tornozeleira eletrônica. Mesmo em liberdade, ele estava sujeito a várias restrições, como a proibição de deixar o país e a de manter contato com outros investigados na Lava Jato.

No entanto, o retorno à prisão de Duque em agosto de 2024 demonstra que, apesar das medidas restritivas impostas, as autoridades continuaram vigilantes em relação ao cumprimento de suas penas. Sua prisão é um lembrete de que os esforços para responsabilizar aqueles envolvidos em corrupção continuam em vigor, mesmo anos após o auge da operação.

Conclusão

A prisão de Renato Duque neste sábado é um capítulo significativo na longa história da Operação Lava Jato, que segue trazendo à tona as consequências dos esquemas de corrupção que abalaram o Brasil. O ex-diretor da Petrobras, com um extenso histórico de condenações, volta a enfrentar a justiça, desta vez em um cenário onde a sociedade continua exigindo transparência e punição para aqueles que abusam do poder público.

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