13 outubro, 2025

BRASIL JÁ REGISTROU 4.397 CASOS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL EM 2025


Entre 2021 e setembro de 2025, o Brasil registrou um total de 21.072 denúncias de exploração sexual contra crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis. O aumento mais recente é alarmante: o período de janeiro a setembro de 2025 já contabiliza 4.397 casos, um crescimento de 12,39% em comparação com os 3.912 registros do mesmo período em 2024.

Em resposta ao crescimento dos números, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou, na última quarta-feira (8/10), o Projeto de Lei (PL nº 425/2024) que eleva as penas para quem cometer o crime de favorecimento da prostituição ou exploração sexual de crianças e adolescentes.

A proposta, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), altera o Código Penal, elevando a pena de reclusão de 4 a 10 anos para 6 a 12 anos de prisão. O PL foi aprovado com 15 votos favoráveis e agora segue para análise da Câmara dos Deputados.

Os dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) mostram um crescimento contínuo de denúncias nos últimos quatro anos, atingindo seu pico em 2024:


Ano Denúncias Registradas

2021 2.786
2022 3.981
2023 4.796
2024 5.112 (Recorde anual até então)
Jan-Set 2025 4.397

Agosto de 2025 registrou o maior número mensal dos últimos quatro anos, com 876 ocorrências, superando julho de 2024, que teve 562 casos.

O aumento da pena é visto como um "sinal político e moral" do Estado sobre a prioridade e gravidade do crime, segundo o professor de direito penal Amaury Andrade. No entanto, ele e o advogado criminalista Osmar Callegari ressaltam que o endurecimento da lei, por si só, não garantirá a redução da prática criminosa.

Andrade defende que a solução requer um conjunto de ações: "políticas públicas integradas de prevenção, educação sexual responsável, investigação eficiente, proteção às vítimas e testemunhas e mudança cultural."

Callegari concorda, destacando que, apesar do efeito simbólico de pressionar as instituições de Justiça, o país precisa de uma rede mais estruturada. "É preciso investir em delegacias especializadas, equipes treinadas e processos mais céleres para evitar a revitimização e garantir que os casos sejam apurados com agilidade."

Nenhum comentário:

Postar um comentário