Você sabia que até 50% dos indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam sintomas relacionados com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)?
As semelhanças entre os dois transtornos confundem muitas pessoas, mas, embora realmente existam similaridades, não se deve colocar o TEA e o Tdah no mesmo pacote.
É importante saber distingui-los, pois, como são diferentes, a forma de lidar com cada um dos problemas também deve ser distinta.
Quais as semelhanças entre os transtornos?
Para começo de conversa, ambos são transtornos de neurodesenvolvimento, que afetam o aprendizado, comportamento e socialização. Tanto o TEA quanto o TDAH geram dificuldades na regulação emocional, habilidades sociais, problemas de atenção e desajuste nas atitudes.
As duas condições podem coexistir e, em alguns casos, os traços de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade acabam dificultando o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista.
Pessoas com TEA ou com TDAH necessitam normalmente de mais tempo para se familiarizarem com novos ambientes e grupos diferentes. Além disso, elas demandam o estabelecimento de rotinas com apoio visual, intervalos entre as tarefas, elogios ou “feedbacks”, estímulos sensoriais, organização, atividades físicas e artísticas. Tudo isso ajuda na melhora desses quadros.
Quais são as principais diferenças entre eles?
No autismo, há, normalmente, uma dificuldade para utilizar a linguagem, enquanto no TDAH não necessariamente existe problema para se comunicar através da fala.
O autista pode ter um déficit para compreender a comunicação não literal, como as expressões faciais, gírias e gestos. Por outro lado, quem tem TDAH, apesar de se distrair com facilidade, consegue compreender o que os interlocutores falam sem grandes obstáculos.
A capacidade interpretativa dos portadores de TDAH, geralmente, é maior do que o poder de interpretação do autista. Semelhantemente, costumam ser mais impulsivos e agitados do que quem tem TEA.
Pessoas com TDAH conseguem lidar melhor com situações de interação social, embora sejam fortemente desatentas e hiperativas. Quem tem autismo pode se isolar com mais frequência, pois apresenta maior sensibilidade a sons, gostos, cheiros, texturas, etc.
Como tratar as duas condições?
Nos dois casos, é indispensável chegar a um diagnóstico preciso para iniciar o tratamento adequado.
Para tanto, se faz necessária a participação de uma equipe multidisciplinar, composta pela família, professores, psicólogos, psicopedagogos, psiquiatra e terapeutas ocupacionais.
O tratamento, tanto do TEA quanto do TDAH, deve ser focado na promoção do bem-estar do paciente, amenização dos sintomas e qualidade de vida. As abordagens sociais, pedagógicas e psiquiátricas devem ser individualizadas de acordo com cada caso. Desse modo, a tendência é que os resultados sejam mais satisfatórios.
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