O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico que tem como características dificuldades de comunicação e interação social, além da presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.
O autismo pode ser identificado já nos primeiros anos de vida, já que alguns bebês apresentam sinais logo após o nascimento. Porém, na maioria dos casos, eles apenas são consistentemente identificados entre os 12 e 24 meses de idade, sendo que o diagnóstico ocorre, em média, aos quatro ou cinco anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Mães, pais e cuidadores podem ter dúvidas de como identificar sinais de autismo no bebê. Por isso, o MinhaVida conversou com duas médicas especialistas para esclarecer quais são os indícios mais comuns.
Quais são os sinais de autismo no bebê?
Bebês podem ter sinais de autismo, mas, como dito acima, o diagnóstico pode demorar um pouco. “Os primeiros sinais podem, sim, ser percebidos desde bebês. Entretanto, o diagnóstico é mais fidedigno depois dos 2 anos, quando é possível avaliar melhor as habilidades sociais, de comportamento e linguagem”, fala Tatiana Mota da Silva, pediatra da Clínica Mantelli.
O olhar do bebê é um dos primeiros sinais a ser observado, logo nos primeiros meses. Isso porque os bebês em geral tendem a fixar o olhar no seu olho e acompanhar o observador. “Então, eu olho pro bebê, ele olha no meu olho e aí, se eu mexo, ele me acompanha. Ou se eu mexo o dedo, ele vai acompanhando o dedo”, fala Cecília Gama, pediatra integrativa da Clínica Mantelli.
Já quando o bebê tem algum grau de autismo, muitas vezes não consegue fixar o olhar e acompanhar o movimento do observador. “Mas é muito sutil nesse momento, conforme a criança vai evoluindo, vai ficando um pouquinho maior, vão passando os meses, a gente tem que associar os sinais, não é só isso, mas isso já é um sinal”, completa a especialista.
Com a evolução do desenvolvimento podem aparecer outros sinais. Por exemplo, a criança não dá tchau, não aponta, não interage com outras crianças e prefere brincar sozinha. “Às vezes tem movimentos repetitivos de algum tipo com a mão ou até com a cabeça ou anda na ponta dos pés, só que não é um sinal desse isolado, na realidade a gente consegue observar mais sinais juntos para conseguir, não fechar o diagnóstico, mas suspeitar”, adiciona Cecília.
16 sinais possíveis de observar de autismo no bebê
Alguns sinais de autismo em bebês característicos podem ser observados desde cedo. Outros surgem mais tarde, com a interação com outras crianças. Vamos conhecer alguns dos mais comuns segundo as pediatras.
Precisam de mais estímulos para olhar e atender a chamados
Tendem a não olhar quando chamamos o nome
Pouco contato visual quando estão mamando
São agitados ou passivos demais
Podem não gostar de toques e abraço
Vão no colo de qualquer pessoa. Apesar de não gostarem de toque, os bebês autistas não apresentam a seletividade do adulto, como é comum na sua idade
Parecem bebês “sérios”, que sorriem pouco
Compartilham pouco os objetos
Não brincam de faz-de-conta
Têm déficits de interesses sociais
Não gesticulam, apontam ou balbuciam com 12 meses
Ausência de palavras com significado aos 16 meses
Não fazem frases funcionais com duas palavras aos 24 meses
Podem ter regressão de fala e de comportamentos que faziam. Assim, deixam de falar ou de se comportar como antes, regredindo a uma fase prévia do desenvolvimento
Preferem brincar sozinhos
Podem apresentar movimentos estereotipados e repetitivos
O que fazer ao identificar sinais de autismo em bebês?
“Ao identificar qualquer sinal, é importante conversar com o pediatra que acompanha a criança, e encaminhará ao neuropediatra, para diagnóstico e seguimento”, informa a médica Tatiana Mota.
Quanto mais nova a criança, mais difícil é chegar no diagnóstico, mas mesmo assim deve ser feita uma consulta com o neuropediatra. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, quanto mais precoce iniciar o tratamento com terapias, com estímulos, psicomotricidade, fonoaudiologia, isso tudo já vai ajudando a criança. O prognóstico é melhor quanto mais cedo se tem o diagnóstico”, finaliza Cecília.
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