O congresso dos 50 anos da União de Vereadores de Pernambuco (UVP), realizado na Codevasf, em Petrolina, foi marcado por fortes críticas à governadora Raquel Lyra (PSD) logo na abertura, um evento que se estenderá até amanhã.
Ex-aliados da governadora, incluindo Miguel Coelho (União Brasil), ex-prefeito de Petrolina e pré-candidato ao Senado, e o atual prefeito, Simão Durando (União), lançaram as primeiras "alfinetadas". Coelho exigiu melhorias na segurança e no abastecimento d'água estadual. Durando, por sua vez, evitou ataques diretos, mas conclamou os parlamentares a votarem em 2026 para que Pernambuco "saia de onde se encontra" e "volte a ser o Leão do Norte".
O momento mais notável veio do presidente da Assembleia Legislativa (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), que atacou Raquel Lyra publicamente pela primeira vez fora da tribuna ou de entrevistas. Ele se antecipou a um possível discurso da governadora, que, segundo ele, tentaria culpar a Alepe por "atravancar obras". Porto defendeu a Casa, afirmando que todos os instrumentos de crédito foram aprovados e que a responsabilidade pela falta de obras é do Poder Executivo. O discurso de Porto foi muito aplaudido, e ele, em seguida, assinou um acordo de cooperação técnica com a UVP.
A governadora, por sua vez, estará hoje em Petrolina, onde lança a Operação Papai Noel às 7h e conversará com a imprensa antes de se dirigir ao congresso.
O prefeito de João Alfredo, José Martins (PSD), recém-filiado ao partido de Raquel, preferiu se manter neutro e pediu o fim das "arengas e ingresias" entre os poderes, alertando que a desarmonia não beneficia os municípios.
O presidente da UVP, Léo do Ar (PP), aproveitou o evento para defender a criação de uma representação oficial da União de Vereadores na Alepe a partir da próxima legislatura, buscando que vereadores ocupem mais espaços de decisão política estadual.
Em outro desdobramento, antes mesmo de Raquel Lyra indicar seus nomes ao Senado, o prefeito de Caruaru e seu sucessor, Rodrigo Pinheiro (PSD), divulgou nas redes sociais que apoiará a reeleição do senador Humberto Costa (PT).
Por fim, a deputada Rosa Amorim manifestou à Rádio Folha sua oposição à PEC que visa equiparar o índice das emendas parlamentares na Alepe ao do Congresso Nacional, elevando o valor para 1,55% da receita estadual.
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