A greve por tempo indeterminado, iniciada nesta segunda-feira (13) pelos funcionários da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), causa forte apreensão. Os trabalhadores expressam temor de demissões em massa e sucateamento da companhia, reflexos do processo de privatização em andamento.
Apesar da paralisação, o movimento grevista garante a manutenção dos serviços essenciais, como o abastecimento de água, e assegura o atendimento de esgotamento sanitário com poucas exceções.
COMPESA: CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DE PERNAMBUCO
O Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco e os representantes dos trabalhadores da COMPESA vem informar à população que a categoria iniciou uma GREVE POR TEMPO INDETERMINADO, após cinco meses de tentativas de negociação frustradas com a direção da empresa.
Desde maio de 2025, estamos em campanha salarial, buscando condições dignas de trabalho. Enquanto os custos de vida aumentam e a inflação corrói o salário de todos os pernambucanos, a COMPESA insiste em propor reajustes abaixo da realidade.
Nossa luta não é apenas por salário. É também em defesa da COMPESA PÚBLICA, o que significa garantir o direito da população a um saneamento de qualidade a um valor acessível. O que está em jogo é muito mais do que o nosso contracheque: é a tentativa permanente de privatizar a empresa, entregar um patrimônio do povo pernambucano à iniciativa privada e transformar um direito essencial, que é a água, em mercadoria.
Vejam o caso do Estado de Alagoas, que em 2020 passou por um processo de concessão parcial igual ao que está sendo proposto para Pernambuco e que, em 2027, será totalmente privatizado: a população do estado vizinho está sofrendo com aumentos abusivos nas contas e com a explosão dos problemas no abastecimento de água. Ou seja: privatizar piora o serviço e encarece a conta.
Nós, trabalhadoras e trabalhadores, garantimos com esforço diário a água e o esgoto dos pernambucanos.
A Compesa pode melhorar, mas o problema não é quem trabalha — é o sucateamento e o desmonte promovido pelo Governo do Estado. Fortalecer a Compesa pública é o caminho para um saneamento de qualidade, transparente e com compromisso social — onde a vida vem antes do lucro.
Pedimos à sociedade compreensão e apoio. A greve é um instrumento legítimo de resistência e de diálogo. Queremos voltar às nossas atividades o quanto antes, mas com respeito, valorização e justiça.
Água é vida. E vida não se vende, se defende.
Recife, 13 outubro de 2025
Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco – SINDURB/PE Trabalhadoras e
Trabalhadores da COMPESA em Greve
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