Emiliane Veríssimo, de 28 anos, que foi vítima de feminicídio no posto de combustíveis onde trabalhava em Agrestina, no Agreste de Pernambuco. O autor do assassinato, seu ex-companheiro, Flávio Coelho, de 38 anos, com quem teve uma filha, foi encontrado morto em seu veículo horas após o crime, em um aparente suicídio.
O relacionamento de seis anos do casal era notório pelo ciclo de violência. Uma parente de Emiliane confirmou que a união era marcada por "agressões e ameaças", com términos e retornos constantes, nos quais Flávio agredia a companheira, pedia desculpas e ela "acabava voltando". Após o rompimento definitivo, há cerca de um mês, Flávio se recusava a aceitar o fim e insistia em reatar. Devido ao histórico de abusos, Emiliane havia obtido uma medida protetiva na Justiça para garantir seu afastamento.
Relato Policial Detalha Violência Doméstica
A situação de risco de Emiliane foi documentada em um Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado por ela em 7 de setembro. No relato, ela descreveu Flávio como extremamente ciumento. Após uma discussão, ela se refugiou na casa da mãe por dois dias, período em que recebeu mensagens ameaçadoras do ex-companheiro.
Ao retornar à residência para conversar, ela o encontrou embriagado. A discussão se agravou, resultando em Flávio agredindo-a com tapas no rosto, na frente da filha. Emiliane conseguiu fugir e acionar a Polícia Militar (PM), mas Flávio se recusou a abrir a porta para os agentes. O B.O. registra que ele só permitiria a entrada das irmãs após a saída da guarnição. Após ser conduzida ao plantão policial, Emiliane solicitou urgentemente as medidas protetivas e a atuação da patrulha Maria da Penha.
Ameaças de Morte Por WhatsApp
As evidências da intenção homicida de Flávio se manifestaram claramente em conversas de WhatsApp no início de outubro, pouco antes do crime. Nas mensagens, Flávio acusava Emiliane pelo término e proferia juras de vingança.
"Você vai me pagar por tudo. Eu juro 'pelo' meus filhos. Você acabou com a minha vida e eu vou acabar com a sua. Eu juro por Deus", escreveu ele em uma das mensagens, ameaçando abertamente a vida de sua ex-companheira. Em outro print, ele reforçava a ameaça, dizendo que ela iria "pagar por tudo". Apesar das medidas protetivas e das claras ameaças, Flávio concretizou o feminicídio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário