Uma série de incidentes fatais em academias de diversas capitais brasileiras nos últimos meses tem chocado o país e intensificado o debate sobre a segurança e a saúde dos praticantes de exercícios físicos.
Os casos, majoritariamente relacionados a mal súbito e parada cardíaca, alertam para os perigos da atividade física sem o devido acompanhamento médico.
Apenas nas últimas semanas, três mortes foram registradas em dois estados:
Em Fortaleza, dois homens morreram após sofrerem mal súbito em academias da mesma rede com um intervalo de apenas uma semana em outubro. As vítimas, de 40 e 44 anos, foram a óbito durante o treino, levantando questionamentos sobre a condição de saúde dos alunos e a intensidade dos exercícios.
Florianópolis (SC): Na última terça-feira (21), uma mulher de 50 anos, Helizabete Pinheiro, sofreu uma parada cardíaca fatal enquanto treinava em uma academia da capital catarinense.
Os casos recentes somam-se a outros incidentes notórios ocorridos neste ano:
Rio de Janeiro (RJ): Em maio, a estudante Dayane de Jesus, de 22 anos, morreu em uma academia de Copacabana após um mal súbito. A investigação policial apurou que o local não possuía desfibrilador portátil, equipamento obrigatório por lei estadual em muitas unidades, o que pode ter agravado a situação.
Bocaina (SP): Também em maio, Mayara dos Santos, de 24 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu durante a musculação. A ocorrência reacendeu o debate sobre o uso indiscriminado de suplementos pré-treino, que podem sobrecarregar o coração de indivíduos com doenças cardíacas silenciosas.
O ALERTA DOS ESPECIALISTAS
Cardiologistas têm reforçado que o aumento dos casos de morte súbita em academias pode estar ligado a uma combinação de fatores, como o sedentarismo prévio seguido pelo início abrupto de treinos intensos, o uso abusivo de substâncias (como anabolizantes e pré-treinos potentes), e a presença de doenças cardíacas silenciosas — como arritmias e cardiomiopatias.
A comunidade médica recomenda que todos os indivíduos, especialmente aqueles com histórico familiar de doenças cardíacas ou que estão voltando à atividade física após longos períodos de inatividade, realizem uma avaliação cardiológica completa antes de iniciar qualquer rotina de exercícios.
Além disso, os episódios recentes ressaltam a necessidade de as academias cumprirem rigorosamente a legislação sobre a presença de desfibriladores e de terem profissionais capacitados para o pronto atendimento em emergências médicas.
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