Jussara Paes recebeu a sentença de 19 anos e oito meses de prisão pela morte do cardiologista Denirson Paes, que foi estrangulado e esquartejado na casa da família em Aldeia, Camaragibe
Farmacêutica respondeu por homicídio triplamente qualificado, cometido por motivo torpe e com emprego de meio cruel. Ela confessou o crime. Foto: André Duarte/OP9
A farmacêutica Jussara Rodrigues Paes, esposa do médico Denirson Paes, assassinado em maio de 2018 dentro da casa da família em um um condomínio em Aldeia, Camaragibe, e depois esquartejado, foi condenada, no início da tarde desta terça-fira (5) a 19 anos e oito meses de prisão pelo crime.
Além do homicídio triplamente qualificado, ela também respondeu pela ocultação do cadáver, já que, depois de desmembrar o corpo, ela jogou os restos mortais do marido em uma cisterna ao lado da casa.
A sentença estipulando a pena que Jussara deve cumprir foi proferida pela juíza Marília Falcone, da 1ª Vara Criminal da comarca de Camaragibe, depois que o corpo de jurados, composto por cinco mulheres e dois homens, decidiu pela culpa da ré.
Além dela, um dos filho do casal, o engenheiro Danilo Paes também responde pelo crime. Como os processos foram desmembrados por conta de recursos apresentados pela defesa, ele vai ser julgado em um júri distinto, ainda sem data marcada. Preso no dia 4 de julho de 20018, Danilo foi posto em liberdade no dai 21 de dezembro e aguarda o desenrolar do processo em liberdade.
Indignado com o resultado do julgamento, o advogado de Jussara e de Danilo, Rafael Nunes, adiantou que vai pedir a anulação do júri popular por considerar a sentença irregular. “Não tenho dúvidas de que esse resultado será alterado”, previu ele.
Restos mortais do médico foram localizados na cacimba localizada ao lado da casa da família, em Aldeia Foto: Polícia Civil/Divulgação
Corpo só foi localizado mais de um mês após o crime
O restos mortais do corpo de Denirson foram encontrados no condomínio Torquato de Castro, em Aldeia no dia 4 de julho. Os restos mortais da vítima, assassinada no dia 31 de maio, foram foi jogados em um poço de 25 metros de profundidade ao lado da residência da família. No local, também foi colocada uma grande quantidade de areia, metralha e cloro, o que foi feito por Jussara, segundo a polícia, com a intenção de dificultar a localização do cadáver e disfarçar o cheiro do corpo em decomposição.
Para a polícia, discussão familiar motivou crime bárbaro
Pouco antes de ser morto, Denirson havia, segundo o pai do médico, anunciado que queria se separar de Jussara. O casal tinha viagem marcada para os Estados Unidos em junho e, no dia 30 de maio, o médico cancelou o passeio. No mesmo dia, ligou para o consultório particular onde atendia e avisou que manteria os atendimentos marcados para o período de folga. Essa foi a última vez que o cardiologista falou com alguém. No dia seguinte, segundo o relato da esposa à polícia, ele desapareceu. Apesar do sumiço do esposo, Jussara só procurou a polícia para prestar queixa sobre o desaparecimento 20 dias depois.]
Denirson Paes era cardiologista e trabalhou em grandes unidades de saúde do Recife, como os hospitais Getúlio Vargas, das Clínicas, do Exército e o Procape, referência em doenças do coração no estado. Além de formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele também se graduou em direito pela Uninassau. Tanto o médico quanto a esposa nasceram na cidade de Campo Alegre de Lourdes, no interior da Bahia.
Jussara Paes e Danilo, filho do casal, foram indicados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio insidioso e cruel e de ocultação de cadáver no dia 30 de agosto. Eles estão presos desde o dia 5 de julho. Na ocasião, ela e o filho alegaram inocência. Jussara voltou atrás e decidiu assumir a autoria do crime sozinha, o que inocentaria o filho mais velho. Já o novo advogado alega inocência de Jussara no crime, dizendo que ela teria esquartejado o corpo de Denirson para ocultar o cadáver, mas que ela teria agido em legítima defesa diante de uma agressão praticada por ele.
A polícia sustenta que ambos participaram do crime, motivado pelo pedido de separação feito por Denirson. A defesa dos suspeitos, no entanto, alega que Jussara teria matado o médico sozinha e em legítima defesa. Danilo, segundo o advogado Rafael Nunes, é inocente.
FONTE: OP9
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