Pernambuco tem enfrentado um cenário alarmante de crescimento nos casos de feminicídio, o assassinato de mulheres motivado por sua condição de gênero. Enquanto o estado registra queda no número geral de homicídios, a violência letal contra a mulher segue em uma preocupante contramão, sinalizando a falha da rede de proteção.
Estatísticas Preocupantes de 2025
Os dados oficiais do primeiro semestre de 2025 já indicavam um agravamento da situação:
Entre janeiro e abril de 2025, o estado registrou 35 feminicídios, um aumento significativo em relação às 27 vítimas no mesmo período de 2024.
O mês de fevereiro de 2025, em particular, apresentou uma alta de 100% nos feminicídios em comparação com o ano anterior, enquanto os demais homicídios reduziam.
Relatórios recentes (agosto de 2025) do Instituto Fogo Cruzado indicaram que Pernambuco, especialmente a Região Metropolitana do Recife (RMR), concentra o maior número de vítimas de feminicídio e tentativas com uso de arma de fogo no Brasil.
O crescimento da violência reforça a vulnerabilidade das mulheres, muitas vezes assassinadas dentro do próprio lar por companheiros ou ex-companheiros, que representam a ampla maioria dos agressores.
Desafios na Rede de Proteção
O aumento dos números tem levado a audiências públicas e cobranças de ativistas e parlamentares, que apontam graves deficiências na estrutura de enfrentamento à violência de gênero:
Há uma carência de serviços especializados. O estado, com 185 municípios, conta com poucas delegacias da mulher, e destas, poucas funcionam 24 horas.
A sobrecarga nas delegacias é um fator de risco, gerando demora e, em muitos casos, a revitimização das mulheres que buscam ajuda.
Especialistas e movimentos sociais destacam que o combate ao feminicídio deve ir além da punição, exigindo investimentos urgentes em educação de base e em campanhas de conscientização que desconstruam a cultura do machismo e da posse.
Apesar de a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) ter reforçado o alinhamento de estratégias e a alta resolução dos casos de feminicídio, a urgência é na prevenção para que as vidas não sejam interrompidas. A falta de um plano de segurança efetivo e a insuficiência na rede de acolhimento e proteção têm sido os principais alvos de crítica.
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