A aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria na Câmara dos Deputados, na madrugada desta quarta-feira (10), com 291 votos favoráveis e 148 contrários, expôs uma significativa fissura na base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), ter orientado o voto contra o projeto, 82 votos pela aprovação – o que representa cerca de 28% do total de "sim" – vieram de legendas que possuem ministros no primeiro escalão.
Enquanto a chamada "superbase" governista, composta por PT, PV, Rede, Psol e PCdoB, manteve a unidade, entregando 92 votos totalmente contrários, a divergência foi notória entre os demais aliados:
Republicanos, partido do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), deu 31 votos a favor do PL e apenas 2 contra. A legenda se posicionou como a mais desalinhada do governo na pauta.
O MDB, que conta com os ministros Jader Barbalho Filho (Cidades), Simone Tebet (Planejamento) e Renan Filho (Transportes), contribuiu com 25 votos favoráveis e somente 5 contrários.
O PSD, dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca e Aquicultura), também se descolou da orientação oficial, registrando 24 votos a favor e 12 contra.
PDT e PSB, por sua vez, tiveram um alinhamento maior com o governo, com apenas 1 voto favorável cada, contra 13 e 12 votos, respectivamente, contra o projeto.
Somando-se aos votos governistas, os ex-aliados PP e União Brasil, que recentemente romperam com o Planalto, reforçaram o placar pela aprovação, contribuindo juntos com 86 votos a favor e apenas 6 contra. O resultado acende um alerta para a dificuldade do governo em garantir a disciplina de voto em pautas importantes no Congresso.
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